“É um cenário hostil para qualquer governo. O que precisamos ver é qual será a reação do governo a isso. O presidente diz o seguinte: ‘se não for eu, a eleição é fajuta’. Será que ele vai em frente? O temor é que isso abra a possibilidade de uma crise institucional e um problema mais sério no campo político”, afirmou o economista Affonso Celso Pastore.
Pastore é doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professor da USP, Insper e Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 1968, integrou a delegação do governo brasileiro na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA). Foi, ainda, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo e presidente do Banco Central do Brasil, entre 1983 e 1985.
Ainda segundo Pastore, o real vai sentir o baque:
“Há algum tempo eu tenho dito que a tendência do real é ficar fraco e tem operador de banco, que ganha dinheiro em cima disso, que defende para os seus clientes que o real vai se valorizar. O interesse dele é o bônus, o cara engana a si mesmo e depois toma um susto, aí já é tarde. Não estou dizendo que o real vai ficar fraco porque sou malévolo. Eu estou falando porque estou vendo o risco, pipocas! Não estou interessado em vender um produto falso, mas em olhar as coisas como eu vejo.”
Fonte: O Antagonista / Foto: Divulgação B3